1 de nov. de 2010


acordar e olhar da janela a neblina

e imaginar como seria tolice

se eu pudesse comê-la

inteira;


dormir e fechar a janela com calma

pra sonhar com o sol do novo dia

e a encrenca que vem a nós

e ao vosso reino, nada;


pensar em como estaria a vida sem o baque

não me faz entender que o pior

às vezes se mascara de melhor

pra melhor convencer.


escrever já não me convence

de que ainda é minha a poesia

que a cada dia

sai do meu arfante coração;


aí eu me desligo da caneta

e meto a mão na terra,

dando vida a outros seres

que ainda me dão oxigênio.