9 de ago. de 2010


Muitos dividem sua morte com outros mortos
Que também em fuga sublinham as frases
Tornadas mais inteligíveis
Pelos abismos naturais
Do conhecimento.
Muitos dividem seus esforços com outros esforçados
Constantemente em desafios mergulhados
Sem vestígios de queixas
Nem cabelos penteados
Por um carinho qualquer.
Muitos divididos se vêem nos espelhos
Espalhados pelos corredores
(Ainda não explorados)
Deste labirinto sufocante,
De uma dificuldade de resolução
Jamais registrada
Nem na mais perfeita e completa
Das enciclopédias de curiosidades
Dos seres a quem chamamos humanos.

(Muitos distúrbios tornam ineficientes
Quaisquer umas das inenarráveis
Mas já discutidas formas de paz).

Muito da natureza que morre a cada dia
Leva junto a energia que nos sustenta
Vivos, acordados,
Mas isso já não nos preocupa mais,
Pois há o dinheiro
Que tudo pode comprar,
Que tudo pode pagar
E que a todos pode interessar,
Adeus, sonhadores como eu,
Nosso mundo está prestes a desabar...