6 de set. de 2010

fotografia: karyanne rosa (kim.blackout@yahoo.com.br)

Outros estados descobertos, pontos no meio da escuridão que surgiu no momento do estagnar dos ponteiros do relógio, a parede que marcada de sangue e infiltrações refletia o último raio do olhar penoso do sol daquele dia incomum; algo parecia diferente, os sentidos em pane pareciam criar uma nova realidade numa massa cerebral disforme.
Este era o caos. Uma deturpação, neurônios mergulhados em ácido, nada sulfúrico, ácido metafórico, o deus-guia, a estrada perfeita, retas esburacadas e sonhos que as percorriam em velocidades altíssimas, coloridas...
Parecia o encontro com a verdade e a sua beleza que beirava o ridículo, de tão artificial. A estrada bifurcada, os métodos utilizados para a descoberta do “natural”, tudo parecia confuso demais para alguém que vivenciava o terror, o humor, o drama e todos os acasos como simples gotas no oceano de instantes de calma, vertigem possuída por drogas e químicas receitadas...Este era o espelho. A velha história do reflexo involuntário, do tato falho, visão distorcida, audição hiper-super-ultra-apurada...
A altura, a queda, o impacto... Curtos períodos de tempo onde repetiam-se as regras e noções e os olhos arregalavam-se mais do que o normal, fatos presentes e passados embaralhando-se, o futuro cuspido ao mundo em forma de fragmentos de pensamentos, a desordem instalada num corpo prestes a desfrutar de outra dimensão....
Este era o sentido. As setas matando o cupido, sangue de barata, atrapalhando o encontro despretensioso e contribuindo para a completa romantização novelística, essebetezística, tão em moda hoje em dia.

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