23 de jan. de 2012

CARTA AOS EVOLUÍDOS

agora eu mergulho em outra maré, em outro rio,
cidade grande pra mim não é nada
dinheiro continua sendo nada
condomínios fechados, prisões disfarçadas
pra mim não são nada
fiquem com suas evoluções
fiquem com sua dignidade
que eu planto e colho
e troco
questão de escolha
e de saber das opções que existem

hoje eu sou aquele a quem chamam
o autônomo
que sempre trabalhou
que sempre correu atrás
mas se deixou levar por um tempo
pelas distrações da cidade grande
e deixou descer pelo esgoto
muita coisa importante
mas não deixou de sonhar
e agora vê valorizado seu sonho
como um impulso ao sonhar!

que bom renascer!
que bom sentir o cheiro das flores
novamente!
como é bom andar a pé, não ficar entupido
de monóxido de carbono!

agora é acertar os ponteiros com a vida,
regar minha rosa
e aguardar os meus filhos.

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