"meu trabalho não é feito pro técnico
15 de jun. de 2012
"meu trabalho não é feito pro técnico
23 de jan. de 2012
na frente da televisão
na frente de qualquer caixa quadrada
ou dentro de qualquer caixa quadrada
há muito espaço do lado de fora das caixas
há muita luz natural
vamos aproveitar
que daqui a pouco vai ser só radiação solar no talo
deixem que elas plantem que elas gostem das plantas e das matas
e dos seres que nela habitam
meus filhos constróem casinhas de madeira e telhas
e nelas habitam vagalumes e besouros
seus amigos
eles não os matam
tem respeito por eles
e eu bobão vez por outra matava uma aranha
e eles viam e não entendiam
e eu mais esperto parei de matá-las
elas comem os mosquitos
as pulgas da chica ficam presas em suas teias
e agora espero os meus três amigos
(que em breve retornam)
para que cada um plante mais uma mudinha
e para que eu as cuide
sempre aguardando
seus sorrisos ao vivo.
21 de jun. de 2011
busco inspiração no meu pranayama preferido
busco o equilíbrio no asana desafiador
buscas que aquecem o outono nunca vivido
enquanto aguardo o inverno escolhido
somo aos meus afetos a tranquilidade
das coisas simples que venho tentando sentir
(e que venho sentindo em verdade)
enquanto reabro os olhos para a natureza da vida
descobri nem tão tarde a semente perdida
no meio de um jardim antes tão árido
(apesar de flores e folhas tão clorofiladas)
agora posso ajudá-la a se desenvolver
preparei um buquê enquanto repartia pensamentos
com as pedras e árvores (parceiros do caminho)
mas o tempo longo e apressado
incumbiu-se de arrancar pétalas de cada nome
deixando a terra colorida e macia
tal qual tua pele em meus sonhos
fato é que precisei de criatividade
pra poder manter a idéia de um presente
então mergulhei em mim pelo topo da cabeça
e arranquei as mil pétalas de sahasrara
fazendo com elas uma saia
pra incentivar teu canto e tua dança
enfim acordei e fui ver o sol
e pensar nas coisas simples da vida
nos meus filhos, nas minhas plantas
lembrando que em verdade nada é meu
eu é quem pertenço a esta natureza
liberto de amarras e algemas
1 de nov. de 2010
acordar e olhar da janela a neblina
e imaginar como seria tolice
se eu pudesse comê-la
inteira;
dormir e fechar a janela com calma
pra sonhar com o sol do novo dia
e a encrenca que vem a nós
e ao vosso reino, nada;
pensar em como estaria a vida sem o baque
não me faz entender que o pior
às vezes se mascara de melhor
pra melhor convencer.
escrever já não me convence
de que ainda é minha a poesia
que a cada dia
sai do meu arfante coração;
aí eu me desligo da caneta
e meto a mão na terra,
dando vida a outros seres
que ainda me dão oxigênio.
14 de out. de 2010
sentei na praça esperando alguma coisa acontecer
mesmo sabendo que dificilmente
seria algo interessante.
a cabeça não conseguia arrumar os miolos
em seus devidos lugares,
um embrulho na boca do estômago
e vertigens,
vontade de vomitar.
eu olhava para o relógio do museu
como se estivesse ele a me dar algum aviso:
"faltam alguns minutos pra issso",
"faltam algumas horas praquilo"
"você tem apenas alguns segundos
pra levantar a bunda daí
e ir correr atrás da vida,
que já vem passando por aqui
e você finje não ver!"
tomar decisões como quem dá uma cagada
depois de uma feijoada
definitivamente não é comigo.
simples é para quem já não quer mais debate:
já foi e pronto.
e ponto final.
6 de set. de 2010
chegou na estrada à procura do tal deus:
“longa caminhada...”, pensou.
no meio do caminho havia um espelho
e foi ali mesmo que o encontrou.
por instantes narciso tentou tomar
as rédeas da situação,
porém logo sucumbiu e o viajante sorriu:
“eu quero é a vida, meu irmão!”,
e fez sua oração:
“oh, breve náusea de cada dia,
permita-me abreviar em alguns porcento
esta chatice estética de meu diário mental,
permita-me o barbear
no momento em que eu realmente o desejar”.
Este era o caos. Uma deturpação, neurônios mergulhados em ácido, nada sulfúrico, ácido metafórico, o deus-guia, a estrada perfeita, retas esburacadas e sonhos que as percorriam em velocidades altíssimas, coloridas...
Parecia o encontro com a verdade e a sua beleza que beirava o ridículo, de tão artificial. A estrada bifurcada, os métodos utilizados para a descoberta do “natural”, tudo parecia confuso demais para alguém que vivenciava o terror, o humor, o drama e todos os acasos como simples gotas no oceano de instantes de calma, vertigem possuída por drogas e químicas receitadas...Este era o espelho. A velha história do reflexo involuntário, do tato falho, visão distorcida, audição hiper-super-ultra-apurada...
A altura, a queda, o impacto... Curtos períodos de tempo onde repetiam-se as regras e noções e os olhos arregalavam-se mais do que o normal, fatos presentes e passados embaralhando-se, o futuro cuspido ao mundo em forma de fragmentos de pensamentos, a desordem instalada num corpo prestes a desfrutar de outra dimensão....
Este era o sentido. As setas matando o cupido, sangue de barata, atrapalhando o encontro despretensioso e contribuindo para a completa romantização novelística, essebetezística, tão em moda hoje em dia.
Discussões sobre as guerras
Para delírio dos intelectos
Sentados nas mesas
Com suas hemorróidas
E jornais especulativos,
Com a cabeça longe
Do ensino privado,
Da saúde privada,
Do transporte privado,
Da floresta privada,
Da coleta de lixo privada,
Do mundo privado do futuro...
Um só governo,
Todos os empresários
Com suas privadas
Juntando a merda eterna
Que selará o domínio
Econômico, político,
Cultural
E fecal
Que farão tão felizes
Seus filhotes
Vendidos desde o berço.
homendigo segue escapando
das tormentas e dos furacões
(viciados nos sistemas e estruturas,
fascinados pelo somatório centenário),
despejando golfadas de versos,
rasgando a pele,
escrevendo nos tecidos,
sangrando...
pelas ruas reencontra perdidos e achados.
para uns tem sorrisos,
para outros, rosnados.
persiste no caminhar do instinto,
da sensação,
do tremer das pernas,
do não mentir pra si mesmo.
9 de ago. de 2010
Que também em fuga sublinham as frases
Tornadas mais inteligíveis
Pelos abismos naturais
Do conhecimento.
Muitos dividem seus esforços com outros esforçados
Constantemente em desafios mergulhados
Sem vestígios de queixas
Nem cabelos penteados
Por um carinho qualquer.
Muitos divididos se vêem nos espelhos
Espalhados pelos corredores
(Ainda não explorados)
Deste labirinto sufocante,
De uma dificuldade de resolução
Jamais registrada
Nem na mais perfeita e completa
Das enciclopédias de curiosidades
Dos seres a quem chamamos humanos.
(Muitos distúrbios tornam ineficientes
Quaisquer umas das inenarráveis
Mas já discutidas formas de paz).
Muito da natureza que morre a cada dia
Leva junto a energia que nos sustenta
Vivos, acordados,
Mas isso já não nos preocupa mais,
Pois há o dinheiro
Que tudo pode comprar,
Que tudo pode pagar
E que a todos pode interessar,
Adeus, sonhadores como eu,
Nosso mundo está prestes a desabar...
19 de abr. de 2010
liberdade
do mundo à prisão
foi fácil demais...
agora chegou a hora
de arrebentar as correntes
e andar pra frente
sem chefes
nem mestres.
hora de respirar novamente
sem a ajuda de aparelhos
sem comprometimento
com conselhos
nem com gravatas
sujas de merda.
deixo o desejo de que
engulam-se uns aos outros
e não esqueçam do rabo,
não deixem provas...
6 de abr. de 2010
19 de mar. de 2010
este foi um mail recebido há alguns anos atrás por dois poetas que vendem seus livretos pelas ruas:
desejo de poesia, um bom começo, mas já deixei o começo passar... seria cordial me apresentar? seria possível me apresentar? um nome e um número na carteira de identidade não seriam apresentação suficiente, acho. o que falamos quando ainda não falamos nada? o que falamos quando já estamos falando demais, mas não dissemos nada ainda? talvez, se o meu nome fosse Julia Achobonitoconhecerpessoasnaruaenãopeloorkut Bessler, uma apresentação se tornasse mais plausível. mas não. apenas Julia Bessler, e a lacuna entre nome e sobrenome ainda não virou palavras.
no dia em que conheci dois estranhos - mas não os conheci e eles continuaram sendo então estranhos - falei de poesia. no mesmo dia fui num sarau onde haviam muitos poetas mas poesia nenhuma. engraçado pensar que tanta gente escreve hoje em dia mas ninguém tem nada pra dizer. então eu voltei pra casa lendo dois zines de dois desconhecidos que eu havia conhecido mas não conhecia ainda. e ali eu os conheci. um pouco, talvez. e pensei que havia muito mais naqueles versos do que nos recém-recitados. havia muito mais naqueles versos contidos nas folhas, contidos nas encadernações, contidos nas mãos, contidos no corpo, contidos no carro, contidos na rua, porque aqueles versos compreendiam:as folhas, as mãos, o corpo, o carro, a rua.
então o tempotempotempotempotempotempotempo (é, foi bastante tempo) que passou e uma noite de insônia me fizeram parar e escrever um email. um email que é uma carta, um encontro, um desencontro, uma apresentação e uma imaginação. um email que é uma tentativa de passar menos (como passam as pessoas e os dias e os tempos) - e restar mais.
grande abraço,
Julia esperandorestarmais Bessler."
bacana, bacana...
no horizonte a neblina
vem pra cobrir a expansão
de um olhar,
livre na manhã;
a mente guarda imagens
deslocadas do mundo
(antes apenas real)
e um vento só aparenta
trazer mais frio,
esgotado seu poder
de persuasão.
o abismo tem fundo,
pode ser n'outra rua,
onde os passantes
viajam...
eis que chega o tal sol
(madrugadamente esperado),
e o caminho que seca
(aguardando os tais passos
monitorados pela vida)
fica cada vez mais estável.
E foi de encontrar “poetas”
E de com eles compartilhar sonhos
E de escutar tanto sobre o “dinheiro”
Sobre o “trocado”
E sobre o “status”
E sobre o “melhor espaço”
(Onde se “consome” mais poesia)
E foi também de ver
O “talento” e os “sorrisos”
E a “performance”
E os pedidos cegos de paz
Na orla
E as “apresentações”
Dos “novos artistas”
(Falando sua linguagem de grego
Pra um mundo de brasileiros)
Que homendigo tomou a decisão
De escapulir do caos
Antes de ser engolido.
Antes que seu ideal se perdesse
No turbilhão de palavras
E de bláblábláblábláblás,
Antes que lhe empurrassem
O terno e a maldita da gravata.
Antes que começassem a falar de conferências
E coisas assim.
Antes que os jornais e a tv
Completassem o seu ciclo de imbecilização.
um adeus pro charles darwin
e um atrasado pra ninica
Morreu o cara que dizia gostar de Robert Plant
Apesar de ter sido chamado por ele de cucaracha...
Morreu com sua formação em inglês,
Com seu curso na Escola de Minas,
Com seu pedido insistente de cigarros.
Cheio de porradas na cara...
Morreu no canto onde sempre estava
Com seus velhos e acabados parceiros de cachaça.
Morreu e isso já era esperado há tempos.
Foi fazer companhia pra flautista das ruas,
Que levou pra outra dimensão
Uma boneca sorridente.
Aqui em Ouro Preto é assim,
Os loucos de verdade são nosso amigos
E quando se vão sentimos falta deles...
Conseguir convencer o louco
De que sua loucura é doença
Faz parte do grande sonho
Dos que alimentam toda a desavença
Que escorre sem parar
Pelas ruas e avenidas
Da cidade onde calar
Faz parte da música das vidas
Urbanas e encostadas
Em suas paredes descascadas
Pelo tempo implacável,
Enriquecedor de bolsos,
Que de tão cheios
Não mais comportam saídas.
MAPAS INÚTEIS
Dois pequenos destroços vulneráveis
Derivados da grande explosão,
Diga a todos que não são sombras
Nem restos de ilusão,
Pois sangram cada vez mais
Enquanto são alimentados pela tristeza
Numa aglutinação com a desesperança
Plantada num solo neutro.
A paz está onde ainda não procuramos.
Os mapas, além de não informarem nada,
Castram
E desanimam...
Trazem mentira para que a solução não funcione,
Para que as coisas não mudem
E para que o sorriso deixe de ser
A válvula de escape das nossas inquietações.
O sol que se mostra.
O avesso indiscutível
Da pasma idéia
Sobre a qual se pisam
Incessantes vezes.
Todos os altos e baixos
Encurtam estéreis náuseas,
Envolvendo a secreta idéia
Sobre a qual repousam
Resistentes os salvadores.
Qualquer herói
Agoniza no peito cansado,
E o agora ( servo do amanhã )
Transgride as regras básicas da exatidão.
Memória Mergulhada no obscuro,
A nova trajetória
Através da aura
De uma nova história.
Homendigo, o réptil carnavalesco que tirou Jesus da cruz e o levou para jogar uma sinuca, observava as estruturas sobre rodas que desfilavam coloridas nos cruzamentos entre gramíneas, seres humanos e concreto, estruturas estas abundantes em sua inutilidade facilmente verificada nas inúmeras estatísticas de doenças relacionadas direta ou indiretamente ao seu uso, aumentado gradativamente e não mais relacionado com o tempo ( já que o tempo era derrotado pela tecnologia ).
O que havia de mistério em Homendigo saltou diante dos meus olhos naquele instante de curva, e pensar que eu poderia ter dado mais atenção à imperícia do motorista do coletivo me fez ficar ainda mais contente, o que trouxe à tona o desejo não mais inconsciente de ser apenas um imaginador de mundos, sem ter de estar agarrado a eles de qualquer forma que seja, mesmo com o organismo reagindo contra e transformando a audácia num ato clandestino.
Homendigo não tinha pensamentos “comuns”. Seus devaneios criaram um universo à parte, e ele, desencorajado desse ideal de adentrar outros mundos, resolveu dar um basta em sua condição de submisso às relações falidas, que frente a frente mascaravam e costa a costa apodreciam, nuas e cruas como anormalidades infrutíferas, mas procuradas, degustadas, abençoadas e viciadas em hipocrisias das mais variadas, sem remédio, sem cura...
Homendigo não conhecia nem mesmo a saída para os seus problemas... Muitas vezes havia tentado se organizar, mas o umbigo de cada um dos componentes era sempre mais profundo, mais cheio de argumentações e justificativas. Falavam a mesma língua, mas os dialetos complicavam, pois para cada um tudo rodava ao seu redor, cada um vinha de um lugar diferente, e mesmo sem saber da origem do outro, falavam e falavam pelos cantos cada vez mais.
Pode ser que no lugar de Homendigo um outro barbudo venha a sentar algum dia, apenas para pensar, tendo um tempo para recompor no campo das idéias, e logo depois, no campo material, uma ordem não mais usada, ou para criar uma nova, onde o tempo não passe tão depressa e não precisemos nos transformar em robôs, simples reprodutores de algo convencionado pela meia dúzia de gatos pingados que vem nos dominando através das leis que só a eles trazem algum benefício.
(Homendigo I - 08/2002)
aline
foi antes da quinta hora do dia,
quando a madrugada da lua melancia
(mordida por não se sabe
quantos artistas)
ainda não havia dado lugar
à manhã de sol que o céu prometia
e a troca entre os astros
(já quase completa)
servia apenas como fantasia,
que aqueles fantásticos lábios
percorreram a estrada pulsante
do meu instinto de paixão iniciante
que há muito não repartia,
perdido como estava num celeiro
onde eu era a agulha
e o mundo
o feno que me engolia
ergue no vazio seu poema arrastado
e seu ritmo perdido entre as quatro paredes...
supõe ser ele algum centro de mundo
e a cabeça se despe da sensível euforia
(uma notória conversão ao suplício).
isso é o tudo, este é o seu tudo,
o instante que jamais se acaba
sendo homendigo matéria ou não.
minutos atrás a contemplação,
as ruas enfurnadas de sons e imagens
e moléculas vibrando
numa tensão não mais sua.
o mundo inteiro por cima de esgotos,
caminhando por sobre jardins suspensos.
homendigo vai plantando,
logo depois vai colhendo,
suprindo suas carências
com muita consciência;
testa com erros e acertos
e aprendendo com os dois
caminha rente ao comum,
escolhendo sempre outra bifurcação;
segue homendigo
um caminho diferente,
um caminho já descrito
e que muito o deixa contente
e agora as rimas
simplificadas pelo acaso
flutuam por sobre seus dedos
e se colam ao papel sem enredos.
quase tudo se repete
da mesma forma irracional:
o não-querer a violência
gerando a violência
e o poder emanado da dúzia
que com astúcia
asfixia.
de nada resta sonhar com fragmentos,
estufar o peito em resposta
ao alimento que se prepara
com os excrementos
disfarçados
de bosta.
em raros cortes a miséria
confunde as foices noctívagas,
suportando as faces lúcidas
das estrelas superadas
por surpresas solfejadas.
Percorreu em poucos segundos
Homendigo se explica
"meu trabalho não é feito pro técnico
Eu acredito no amor
desde sempre tentam desumanizar,
desde sempre
(ou ao menos desde a minha existência e a tua).
durante tempos e tempos enxerguei nada,
achando tudo ver.
desde sempre tentam automatizar,
desde sempre
(será assim pela existência
dos nossos filhos).
durante tempos e instantes
falei muito,
e nada disse.
chega agora o tempo da ação
sem medos,
da ação eficaz.
e eu com prazer
vou voltando a acreditar
no amor
e no amar.
Homendigo e a Barata:
Ela veio pela janela. Ninguém viu, ouviu ou sentiu seu aroma de lixo nas proximidades de seus respectivos lugares de estagnação. A surpresa saltou no momento em que o organismo pediu a dose (o já tão acostumado organismo) e foi respondido com clamor. Ela havia saciado sua fome de porcarias devorando os meus cigarros e ainda deu um passeio ao redor da minha mão direita, que, instantaneamente, balançou-se no ar, lançando a voadora ao chão.
Ela veio pela obra inacabada do meu vizinho. Precisei matá-la com uma chinelada certeira. Voando ela é ágil, mas quando pousa... Foi fácil, fácil... Espero que os senhores entendam a minha situação. Ela me privou de um remédio eficaz, minha fúria triplicou e o resto os senhores já sabem. Ou não sabem? Posso começar a contar tudo outra vez, caso prefiram. Só quero dar logo um basta nesta situação incômoda na qual me encontro agora."
Homendigo,
cada vez mais chateado,
sussurra no ouvido esquerdo
da sua imagem no espelho:
"usam poemas dos outros em vão.
Gente Boa da Poesia
Ramon Aguirre